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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Yesterday – The Beatles

Algo muito comum na população do Brasil é a falta de memória, ou pior a memória direcionada. Essa direcionada para algo errado, sem importância ou demasiadamente valorizada.
Um bom exemplo temos na copa. O país adora futebol, produz ótimos jogadores, ótimos técnicos e mais títulos mundiais que qualquer país. Isso todos (ou quase) lembram.
Mas o meu discurso nesse momento não será sobre a Copa ou sobre o esporte bretão.
Voltando a falar da memória popular, ou como a memória do povo é trabalhada.
Memória trabalhada???
Então é política!
Sim, para ser mais exato economia, a qual querendo ou não devido a influência dela sobre a política, a economia representa mais de 50%.
Como o voto é obrigatório a partir dos 18 anos e a educação no Brasil é muito ruim, exigir que aqueles que vão escolher saibam o que estão escolhendo é exigir muito.
Acredito que poucos se lembram ou lembram corretamente como era nossa economia antes do real. Afinal o Plano Real está fazendo 20 anos, eu mesmo quando comecei a trabalhar apenas o final dele, e eu era muito novo ainda nem um pouco interessado em economia.
A inflação naquela época era em torno de 30%, nesse momento no qual a economia vai mal ela está em torno de 7%.
Na criação e aplicação inicial do Plano Real o Ministro da Fazenda era FHC, e com o sucesso do plano se elegeu presidente.
A grande verdade é que apesar de ser o Ministro da Fazenda na criação do real ele não foi seu principal criador, acredito que ele também não foi seu principal condutor. Mas ele conseguiu reunir um grupo que conseguiu idealizar e aplicar.
Mesmo assim é bom deixar claro que ele não é um economista, ele é um sociólogo.
Logo o Plano Real foi um trampolim para sua eleição, agora a impressão que eu tive/tenho é que assim como a economia foi um trampolim para o FHC, ele também sabia/descobriu que a mesma também é um trabalho que precisa de manutenção continua (acredito).
Mas devido a problemas que ocorreram principalmente na economia mundial, somado a como o mercado via o risco do Lula assumir o país, o mercado abandonou o país, reduzindo o valor que seria investido, sendo que o mais visível para o público seria a cotação do dólar.
Com o Lula eleito ele assinou aquela simbólica carta de compromisso e como na parte econômica não ocorreram as mudanças temidas pelo mercado, coisas com reversão das privatizações, isso somado ao bom desempenho da economia mundial.
Mas é importante destacar que aquilo que o Lula insistiu em chamar de herança maldita, na verdade foi algo benéfico que permitiu que ele investisse no social satisfazendo a população e se tornando popular. Agora o investimento no social foi feito sem o mínimo de planejamento.
Digo planejamento de algo que não gere dependência, algo que no longo prazo crie frutos. Entretanto do jeito que foi aplicado o serviço o planejamento consiste somente em conquistar a dependência do Estado e manter essa dependência.
Caso alguém se sinta ofendido com o que será dito agora, sinto mas é a pura verdade. Aquilo que é estimulado e premiado é a preguiça. A maioria, quase todos, habitantes desse país acredita que merece recompensa, mas pensa somente em receber, acredita que é merecedor da recompensa.
Porém o que vem sendo pago, dado não é uma recompensa. Pois recompensa é algo que é dado por um esforço, o que vem sendo dado é como um prêmio, uma “doação”.
Essa “doação” que vai gerar uma recompensa para o governo, essa recompensa será (já está sendo) popularidade. E como o voto é obrigatório e a educação muito ruim essa popularidade facilmente é transformada em poder.
Sua popularidade ficou tão grande que facilmente Lula elegeu seu sucessor. Que além de herdar o governo herdou os problemas que foram plantados.
Chegamos então ao governo Dilma, que além de ter sido fabricada em cima da hora e ser um produto sem nenhum conhecimento político, afinal ela era uma gestora.
Mas por melhor que ela fosse, e ela não é, sua herança foi um governo com compromissos econômicos e políticos. Ela apesar de não admitir realmente recebeu uma herança maldita.
Agora com sua popularidade abalada muito se pede para que o Lula seja candidato. Caso ele aceite nesse país onde como eu sempre digo o voto é obrigatório e a educação é ruim, agora some isso a falta de memória e conhecimento mais o imediatismo do povo, que o Lula seria eleito.
Então o mais lógico é que para não perder o poder o PT entraria com seu candidato mais forte. Entretanto independente de quem for eleito 2015 será um ano difícil e impopular. Para evitar ter que encarar as consequências de seu governo acredito que Lula não será candidato, mesmo que a derrota da Dilma seja certa.

Já que seja quem for o eleito 2015 será um ano muito difícil e extremamente impopular.

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