Algo muito
comum na população do Brasil é a falta de memória, ou pior a
memória direcionada. Essa direcionada para algo errado, sem
importância ou demasiadamente valorizada.
Um bom
exemplo temos na copa. O país adora futebol, produz ótimos
jogadores, ótimos técnicos e mais títulos mundiais que qualquer
país. Isso todos (ou quase) lembram.
Mas o meu
discurso nesse momento não será sobre a Copa ou sobre o esporte
bretão.
Voltando a
falar da memória popular, ou como a memória do povo é trabalhada.
Memória
trabalhada???
Então é
política!
Sim, para
ser mais exato economia, a qual querendo ou não devido a influência
dela sobre a política, a economia representa mais de 50%.
Como o voto
é obrigatório a partir dos 18 anos e a educação no Brasil é
muito ruim, exigir que aqueles que vão escolher saibam o que estão
escolhendo é exigir muito.
Acredito que
poucos se lembram ou lembram corretamente como era nossa economia
antes do real. Afinal o Plano Real está fazendo 20 anos, eu mesmo
quando comecei a trabalhar apenas o final dele, e eu era muito novo
ainda nem um pouco interessado em economia.
A inflação
naquela época era em torno de 30%, nesse momento no qual a economia
vai mal ela está em torno de 7%.
Na criação
e aplicação inicial do Plano Real o Ministro da Fazenda era FHC, e
com o sucesso do plano se elegeu presidente.
A grande
verdade é que apesar de ser o Ministro da Fazenda na criação do
real ele não foi seu principal criador, acredito que ele também não
foi seu principal condutor. Mas ele conseguiu reunir um grupo que
conseguiu idealizar e aplicar.
Mesmo assim
é bom deixar claro que ele não é um economista, ele é um
sociólogo.
Logo o Plano
Real foi um trampolim para sua eleição, agora a impressão que eu
tive/tenho é que assim como a economia foi um trampolim para o FHC,
ele também sabia/descobriu que a mesma também é um trabalho que
precisa de manutenção continua (acredito).
Mas devido a
problemas que ocorreram principalmente na economia mundial, somado a
como o mercado via o risco do Lula assumir o país, o mercado
abandonou o país, reduzindo o valor que seria investido, sendo que o
mais visível para o público seria a cotação do dólar.
Com o Lula
eleito ele assinou aquela simbólica carta de compromisso e como na
parte econômica não ocorreram as mudanças temidas pelo mercado,
coisas com reversão das privatizações, isso somado ao bom
desempenho da economia mundial.
Mas é
importante destacar que aquilo que o Lula insistiu em chamar de
herança maldita, na verdade foi algo benéfico que permitiu que ele
investisse no social satisfazendo a população e se tornando
popular. Agora o investimento no social foi feito sem o mínimo de
planejamento.
Digo
planejamento de algo que não gere dependência, algo que no longo
prazo crie frutos. Entretanto do jeito que foi aplicado o serviço o
planejamento consiste somente em conquistar a dependência do Estado
e manter essa dependência.
Caso alguém
se sinta ofendido com o que será dito agora, sinto mas é a pura
verdade. Aquilo que é estimulado e premiado é a preguiça. A
maioria, quase todos, habitantes desse país acredita que merece
recompensa, mas pensa somente em receber, acredita que é merecedor
da recompensa.
Porém o que
vem sendo pago, dado não é uma recompensa. Pois recompensa é algo
que é dado por um esforço, o que vem sendo dado é como um prêmio,
uma “doação”.
Essa
“doação” que vai gerar uma recompensa para o governo, essa
recompensa será (já está sendo) popularidade. E como o voto é
obrigatório e a educação muito ruim essa popularidade facilmente é
transformada em poder.
Sua
popularidade ficou tão grande que facilmente Lula elegeu seu
sucessor. Que além de herdar o governo herdou os problemas que foram
plantados.
Chegamos
então ao governo Dilma, que além de ter sido fabricada em cima da
hora e ser um produto sem nenhum conhecimento político, afinal ela
era uma gestora.
Mas por
melhor que ela fosse, e ela não é, sua herança foi um governo com
compromissos econômicos e políticos. Ela apesar de não admitir
realmente recebeu uma herança maldita.
Agora com
sua popularidade abalada muito se pede para que o Lula seja
candidato. Caso ele aceite nesse país onde como eu sempre digo o
voto é obrigatório e a educação é ruim, agora some isso a falta
de memória e conhecimento mais o imediatismo do povo, que o Lula
seria eleito.
Então o
mais lógico é que para não perder o poder o PT entraria com seu
candidato mais forte. Entretanto independente de quem for eleito 2015
será um ano difícil e impopular. Para evitar ter que encarar as
consequências de seu governo acredito que Lula não será candidato,
mesmo que a derrota da Dilma seja certa.
Já que seja
quem for o eleito 2015 será um ano muito difícil e extremamente
impopular.